Quem é ele? Esse tal de Rock´n´roll...?


Quando surgiu era, ao mesmo tempo, transgressão de uma geração com relação aos valores da geração anterior, que buscava a música negra como alternativa ao moralismo racista da sociedade branca e era um jeito do do moralismo branco de mercado controlar essa juventude. Nos idos de 1950, sujeitos negros como Chuck Berry, Bo Diddley, Fats Domino, Little Richards e muitos outros já faziam o que hoje chamamos de rock and roll. Mas figuravam na parada de sucesso da música negra, como rhythm and blues. Passou a ser chamado de rock and roll quando os brancos começaram a fazer também. Foi a tentativa desesperada de manter um racismo histórico; já que os jovens brancos queriam ouvir música de negros, que fosse tocada por brancos. 
Mas foi um tiro no pé. O rock and roll foi um dos grandes agentes e um dos maiores veículos de propagação das idéias anti-racismo. Por esse motivo, o dia 13 de julho de 1954 foi escolhido como marco zero do rock. Foi o dia em que o seu maior expoente, que representa todo o contexto de seu surgimento, entrou no estúdio da Sun Records para gravar, como presente para sua mãe, uma canção chamada "That´s All Right Mama". Elvis foi o cara certo na hora certa e no lugar certo. Simples assim. Ele encaixava certinho no espaço que o mercado queria preencher. Ainda assim, ele transgrediu. Hoje parece ridículo, se pensamos nas popozudas, mas a dancinha de quadris de Presley foi um escândalo para a época. E ele trouxe quase sessenta anos de rock na sua cola. Abriu as portas. Depois foram surgindo outros grandes, não menos importantes e talvez até bem mais revolucionários, como Dylan, como os Beatles e os Rolling Stones, como Hendrix, Clapton, o Pink Floyd, o Yes, Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple, The Doors, Janis, uma série enorme de grandes lendas que vão até Curt Cobain e toda aquela galera de Seattle. Digo até a galera de Seattle porque no fim do século XX as coisas começaram a mudar e no século XXI não existem mais lendas. Agora tudo é muito confuso, muito efêmero e muito menos mitificado. O barato de hoje em dia é outro, não há lugar pra esses tipos de lenda surgirem. Hoje temos outras formas de criar as lendas. Por causa do Elvis e de toda essa galera, todo dia 13 de julho, desde 2004, é o dia mundial do rock. 
Voltando à época homérica do rock, percebemos que esse foi um dos estilos musicais mais versáteis de todos, capaz de se mesclar com tudo quanto é tipo de música do mundo inteiro e de se incorporar aos padrões culturais dos tempos e lugares, tornando-se parte da música do povo local e definindo épocas da cultura desse pessoal. Isso tudo sem se descaracterizar. O que pode nos levar a pensar muita coisa. O que seria, por exemplo, a característica principal, que mantém a identidade do rock apesar de tantas vicissitudes? Estaria em sua estrutura harmônica e melódica? Não creio, pois senão não haveria um Santana ou uma Mahavishnu Orchestra. Fosse assim, muito do que Hendrix e os Beatles fizeram não teria sido considerado rock. Estaria em sua formação instrumental? Claro que não. Seria um absurdo. Pode-se fazer rock com qualquer instrumento. Seria uma postura? Se for assim, o rock morreu. Não acho que seja o caso também. Tenho pra mim que seria um sentimento. No fim das contas, rock é um sentimento. Não sou dono da verdade. Aceito novas respostas. Quem quiser entrar na conversa e argumentar, pode vir.
Assim, deixo uma pergunta pra gente tentar responder: Afinal, o que é Rock and Roll?
Os textos podem ser enviados por e-mail para serraeletrica.rj@gmail.com, com arquivo anexado em formato doc (do word), tendo como título do e-mail "o que é rock and roll". É importante tentar compreender os aspectos musicais, culturais e sociais, bem como os aspectos mercadológicos (a indústria fonográfica), na confecção deste texto. O coletivo Serra Elétrica vai ler os textos e os melhores serão publicados aqui neste blog. É preciso constar no fim do texto o nome e o e-mail do autor. Mande seu texto. Estamos começando a comemorar. 13 de julho já está chegando.

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